quinta-feira, 5 de junho de 2008

O GATO E AS BOTAS

Era uma vez há muitos e muitos anos atrás, em algum lugar muito distante, um gato! Mas não estamos falando de qualquer um! Ele era diferente de todos os outros, não porque seu pêlo era mais bonito, ou seu miado mais alto, mas pelo simples fato de que o nosso amigo gato usava lindas botas.
Nenhum outro animal em todo mundo usava botas, nem um simples humano tinha botas tão especiais quanto as dele. Suas botas tinham algo de especial, com elas o pequeno gatinho podia realizar coisas sobrenaturais, pulava tão alto que podia subir em árvores em segundos, correria tão rápido que podia atravessar longas distâncias em minutos, além de se tornar o gato mais elegante de toda a face da terra!
Os outros animais temiam esse gatarrão, porque em qualquer briga ele sempre ganhava, tornou-se praticamente o novo rei da floresta, desbancando o Sr. Leão! Mas isso também trazia prejuízos para o pobrezinho, ninguém mais queria estar com ele, tornou-se sem amigos, sem família, vivia sozinho por entre as matas, mas estava sempre disposto a ajudar qualquer indefeso que passasse por aquelas bandas, quando avistava algo em perigo já se prontificava para o salvamento, virava o herói, é claro, mas ainda assim era um estranho, alguém de quem os outros tem medo, seus poderes eram de assustar, nenhum gato jamais teria realizado coisas como ele. Até que um dia, o bichano cansado, deitou-se à sombra de uma árvore, pensando estar sozinho, porque sempre estava, resolveu descalçar os pés, assim poderia dormir um pouco mais confortável. O que ele não sabia era que alguém o observava aguardando o momento exato em que ele tiraria de uma vez por todas aquelas botas para nunca mais colocá-las novamente.
O usurpador, cuidadosamente, nas pontas dos pés aproximou-se do gato sem ser percebido, tomou-lhe as botas e correu pela mata à dentro sem nunca mais ser visto, nem ele nem as botas. Mas deixou cair-lhe por descuido o chapéu que trazia consigo. O felino ao acordar, procurou a bota e apenas encontrou o chapéu que para nada servia, não tinha nenhum poder mágico, mas como temia também os poderes da bota achou ter sido esta transformada em chapéu, uma vez tirada dos pés transforma-se em outro objeto, pensou ele. Então guardou o chapéu já que era grande demais e não lhe servia na cabeça, era extremamente incômodo usá-lo porque tinha que arrumá-lo a todo o momento para que não lhe tampasse a vista. Ele ficou então aborrecido, chateado e lamentando-se para sempre por ter se descuidado e tirado a bota que nunca lhe havia saído dos pés, e por assim ser quebrou-se o encanto da temida bota.
Deixou de ser estranho, deixou de ser temido, passou a ter amigos e virou um gato normal. Mas, voltemo-nos ao usurpador, ao homem do chapéu, a àquele que fez a vida do gato mudar para sempre. Depois de tomar as botas cautelosamente do bichano saiu correndo pela mata. Como era um homem que precisasse de dinheiro vendeu ao primeiro comerciante de uma vila próxima, disse para o homem que a bota tinha poderes e ganhou uma boa quantia por ela. Este homem por sua vez vendeu para um industriário da área dos calçados, que se interessou em descobrir o mistério da bota, imaginando os rios de dinheiro que ganharia se descobrisse o segredo que ela continha. Como era um homem muito persistente, muito empenhado no seu trabalho e em fazer fortuna, conseguiu fazer uma bota como aquela e todos quanto a colocavam ficavam muito mais velozes e ágeis, passou desde então a comercializar o seu invento.
Não demorou muito para que todos da cidade comprassem a bota mágica, e os do vilarejo vizinho e de países vizinhos e do mundo todo. Enquanto isso o gato vivia sua vida tranqüila sendo um bicho normal. Um dia a bicharada da floresta descobriu a tal bota e não tardou para que todos estivessem calçados com ela e ficavam mais felizes e espertos e ágeis por causa da nova moda. Mas o gato coitado, não tinha trabalho, mal tinha o pão de cada dia, ou seja, o leite de cada dia. Era um bicho do mato, não tinha como comprar uma bota para si, ainda mais a bota mágica! Logo, seus amigos começaram a desprezá-lo porque ele andava descalço, não era tão rápido quanto os outros, sempre apanhava nas brigas, e não era tão elegante. Ninguém mais queria andar com ele, então voltou a viver como antes, sozinho pela mata, sem amigos, sem reconhecimento, e sendo temido por ser assim tão esquisito, tinha apenas um chapéu velho que não lhe servia na cabeça, mas que o fazia lembrar que um dia fora como todos os outros, mas isso já não importava agora. E viveu para sempre a desejar e a esperar que um dia o chapéu se transformasse em botas novamente.



Karina Huerta.

Post de hoje dedicado à Aline, amiga e incentivadora que encontrou pelos menos umas 3 moral da história na minha crônica e foi a primeira a deixar seus afazeres para ler isto. Obrigada amiga pela atenção, amizade e amor, beijos.


Obs.: Por favor, não chorem pelo gato! Ele tinha que passar por essas coisas, para a gente aprender outras! Tudo tem um propósito na vida...

2 comentários:

Unknown disse...

Amigaaa...Eu ti amooo!
Obrigado pela dedicação...e não precisa agradecer por nada..
Tu és presente de Deus na minha vida...E eu ti amo muitoooo!

E a história do gato...existe muitas morais...

Basta ler e reflitir...

E pode ter certeza...sempre q precisar irei parar qualquer coisa...só pra ler as cronicas de Narina...

Ti amooo

Unknown disse...

Irmazinha, que historia triste...
Acho que o gatinho precisa de Jesus, pois quando ele era o maior, deve ter murmurado, por isso pedeu as botas...So pode srrsr
Paz maninha